O Transtorno Obsessivo Compulsivo (conhecido também por TOC) é uma doença crônica que aflige muitas pessoas em todo o mundo. Ela faz parte dos transtornos de ansiedade e se caracteriza pela presença de sintomas obsessivos e/ou compulsivos.
O TOC muitas vezes passa despercebido por um longo período de tempo, o que propicia o agravamento dos pensamentos e comportamentos obsessivo-compulsivos. Quanto mais tempo demora a sua identificação e diagnóstico, maiores são os problemas decorrentes e sofrimento vivenciado por quem possui esse transtorno.
A demora no diagnóstico e início de tratamento ocorre por diversos fatores. Geralmente as pessoas que sofrem com TOC acreditam que podem resolver sozinhas àquilo que as incomoda, tentam controlar um problema que se repete constantemente e se veem obrigadas a realizar comportamentos contra a própria vontade. Isso as deixa envergonhadas, procurando manter segredo sobre o que está acontecendo.
Outro fator é que comportamentos repetitivos ou “manias” são aceitos com naturalidade pelas pessoas e perceber a diferença entre eles e um comportamento obsessivo-compulsivo pode fazer grande diferença, pois quanto antes o tratamento se inicia, melhores serão os resultados.
Os sintomas do TOC
São dois os sintomas que se apresentam no TOC, sendo que não existe uma regra sobre qual a intensidade e ocorrência de cada um deles.
As obsessões são as ideias, pensamentos, cenas ou imagens que surgem na mente da pessoa persistentemente. Elas se repetem constantemente sem que o indivíduo tenha controle sobre elas. Podem ou não ser seguidas de comportamentos que surgem com a função de neutralizá-las. As obsessões causam ansiedade e desconforto, pois são percebidas pela pessoa como pensamentos intrusos e estranhos. O indivíduo que sofre com as obsessões percebe que elas vêm de sua mente e não de fora, reconhece que elas são irracionais e que atrapalham suas atividades rotineiras, tenta evitá-las com comportamentos, não pensando no problema ou pensando em outras coisas.
As compulsões são comportamentos repetitivos que o indivíduo realiza para diminuir a ansiedade gerada pelos pensamentos obsessivos. Esses comportamentos ocorrem de maneira excessiva e sua função é prevenir ou aliviar o desconforto gerado pelas obsessões. Porém, vale ressaltar que o comportamento compulsivo pode ocorrer sem a presença da obsessão.
Também vale a pena lembrar que os comportamentos obsessivos e compulsivos estão presentes na espécie humana e são necessários em vários momentos de nossas vidas. Imagine que para passar em um vestibular ou concurso público, o candidato a vaga precisa estudar muito, lendo e relendo várias vezes os assuntos para poder se sair bem na prova, ou os cuidados que os pais precisam ter com um bebê recém-nascido, eles precisam lembrar constantemente de alimentá-lo, vesti-lo, limpá-lo, etc. Portanto, alguns desses comportamentos garantem nosso bem-estar e fazem parte do nosso processo de evolução.
E o que determina o TOC?
O que diferencia um comportamento repetitivo adaptado e um comportamento obsessivo-compulsivo é o grau de intensidade, desconforto e incapacidade que esse comportamento causa para a pessoa. Quando o indivíduo tem suas atividades cotidianas prejudicadas, como estudar, trabalhar, fazer compras, se relacionar com pessoas, etc., por causa desses comportamentos, é necessário procurar ajuda.
É comum que as pessoas com TOC percebam que seus pensamentos são obsessivos e não fazem sentido e que seus comportamentos compulsivos não são realmente necessários para resolver o problema que as afligem. Contudo, saber isso não é suficiente para acabar com os sintomas da doença.
Tratamento do TOC
O tratamento ideal para o Transtorno Obsessivo-Compulsivo inclui a terapia, o uso de medicação indicada pelo psiquiatra, educação sobre o transtorno e apoio familiar. A pessoa com TOC precisa de ajuda e compreensão para não ser mal interpretada. Na psicoterapia, o psicólogo atua para reduzir os pensamentos obsessivos e distorções cognitivas, bem como os comportamentos compulsivos, modelando-os de maneira mais adaptativa.
Fazer terapia com o psicólogo associado ao uso de medicação é hoje a forma de tratamento mais utilizada para este transtorno. Assim sendo, é muito importante que as pessoas com TOC não se acanhem e procurem auxílio, pois existe tratamento e profissionais capacitados para ajudá-las.